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Advocacia 4.0: transformação do direito tradicional para o digital

O direito está passando por uma série de mudanças, diretamente relacionadas aos fenômenos de transformação digital que estão ocorrendo no mundo. No setor de tecnologia jurídica, algumas das inovações digitais que estão...
Veja aqui o que é Advocacia 4.0

O direito está passando por uma série de mudanças, diretamente relacionadas aos fenômenos de transformação digital que estão ocorrendo no mundo. No setor de tecnologia jurídica, algumas das inovações digitais que estão definindo o padrão para este novo advogado 4.0 são inteligência artificial e big data.

As inovações jurídicas da Advocacia 4.0

As inovações jurídicas da Indústria 4.0 tendem a economizar tempo e custos. Isto é, inovar para simplificar, ajudando os profissionais jurídicos a se concentrarem em seu core business. Com essa multiplicidade de soluções oferecidas às equipes jurídicas, observamos que a comunicação entre as diferentes tecnologias é fundamental. É por isso que as empresas inovadoras estão desenvolvendo interfaces exclusivas. O objetivo é oferecer ao usuário uma experiência enriquecida, para facilitar o uso dos diversos sistemas, tudo em um ambiente visual ergonômico do tipo dashboard.

Novas habilidades do advogado 4.0

A tecnologia avança e, com ela, também a necessidade de os profissionais se adaptarem às inovações do mercado. Embora muitos profissionais não sejam especialistas em tecnologia, uma grande parte sabem utilizar as novas tecnologias mais poderosas que foram desenvolvidas até hoje, dependendo de sua área de atuação. Entretanto, no setor de tecnologia jurídica, novas inovações digitais estão definindo o padrão para este novo advogado 4.0. São elas: a inteligência artificial e big data.

Inteligência artificial para o advogado 4.0

O uso da inteligência artificial está revolucionando completamente a gestão jurídica. Com essa nova capacidade computacional, os escritórios de advocacia podem contar com programas inteligentes que permitem, por exemplo:

  • Realizar uma análise cognitiva de milhões de decisões judiciais para, em seguida, criar uma análise preditiva sobre qualquer processo judicial em andamento.
  • Estudar automaticamente a trajetória e os argumentos tanto dos juízes quanto dos advogados oponentes para desenhar estratégias mais eficazes.
  • Gerenciar e administrar todos os arquivos arquivados dentro da empresa, não importa quão grande seja o número.
  • Localizar e analisar, dentro de todo o banco de dados do escritório, as informações jurídicas mais relevantes para cada processo judicial em andamento.

Big data para o advogado 4.0

A informação tornou-se um dos ativos mais importantes das empresas atuais. No entanto, há um problema: as organizações estão lidando com uma quantidade tão grande de informações que não podem ser processadas por programas convencionais. Por esse motivo, surgiram as ferramentas de ciência de dados e de análise de big data , capazes de processar enormes quantidades de dados com o objetivo de facilitar e melhorar a tomada de decisões estratégicas. Segundo uma pesquisa da Bain & Company, empresas que investem em big data têm 5 vezes mais chances de tomar decisões mais rapidamente do que seus concorrentes.

No setor jurídico, o big data permite a coleta, ordenação, classificação e análise de dados de milhões de clientes, arquivos, audiências, processos, casos , julgamentos , ações judiciais , leis , regulamentos , jurisprudência , etc.

Advocacia 4.0 no poder judiciário

Vimos que, durante a pandemia, o poder judiciário, escritórios, advogados e, em geral, o setor jurídico se adaptaram para operar digitalmente, a fim de garantir a proteção dos direitos da coletividade e aproximar a administração da justiça do público. Por exemplo, por meio de audiências virtuais, não apenas em tribunais, mas também em órgãos administrativos, com funções jurisdicionais.

Em matéria de administração da justiça, temos exemplos próximos do nosso meio, como o sistema Justiça 4.0 criado em janeiro de 2021 já apresenta com avanços na inovação tecnológica do Judiciário. Com o objetivo de tornar a prestação de serviços judiciários mais eficiente, eficaz e acessível à sociedade, o foco do projeto é a otimização da gestão processual.

Diversos avanços na agenda de transformação digital do Judiciário estão integrando os tribunais de todo o país. Entre as iniciativas do projeto destacam-se a realização do diagnóstico da realidade tecnológica em 88 tribunais, mapeamento que norteou a elaboração de planos de ação para a integração de cada órgão ao Programa e à Plataforma Digital do Poder Judiciário, também criada pelo Justiça 4.0.

Um exemplo foi o saneamento da Base Nacional de Dados do Poder Judiciário (DataJud), que permitiu detectar e corrigir inconsistências nas informações recebidas dos tribunais, além de ter fornecido uma API (Interface de Programação de Aplicação) para que eles tenham acesso aos dados na íntegra.

Também foram desenvolvidos três modelos de inteligência artificial, com eficácia acima de 85%, que agilizam o preenchimento automatizado de dados de um processo judicial, de acordo com o tipo de documento.

Para saber mais sobre a Indústria 4.0 no setor judiciário, veja o nosso artigo: Conheça os projetos promissores de Inteligência Artificial (IA) nos tribunais brasileiros

E o futuro?

O futuro da advocacia 4.0 traz novos desdobramentos e as principais inovações visam:

  • ajudar a encontrar documentos no contexto de litígios usando palavras-chave (metadados);
  • hospedar dados com segurança (nuvem privada e pública);
  • garantir a retenção de dados de forma defensável e utilizável durante o julgamento (conformidade).

Definitivamente, o futuro da Advocacia 4.0 está na abordagem de questões que têm a ver com o direito digital, como o direito das plataformas de economia colaborativa, proteção de dados em ambientes digitais, crimes virtuais, governo, ciberdemocracia, propriedade intelectual e justiça digital, dentre outros.

Existem três grandes tendências no mercado da Advocacia 4.0:

1- Cibersegurança – o mercado está se tornando complexo, os dados cada vez mais difíceis de gerenciar, o que fará a diferença são a segurança e a inviolabilidade dos dados armazenados.

2- O diálogo entre diferentes tecnologias, a interação entre vários softwares, para obter um resultado conjunto mais relevante e mais rápido.

3- A facilidade e ergonomia de utilização destas tecnologias, que não devem ser um fim mas sim um meio para ir mais rápido e ganhar em conforto de trabalho.

Concluindo, a tecnologia está transformando o Direito para o bem da sociedade e para que, seguramente, nos próximos anos, o acesso à justiça se transforme de forma que mude a concepção de Direito que nossos cidadãos têm. O desafio que os advogados enfrentam agora é se adaptar a essa transformação digital para melhorar os serviços jurídicos.

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